segunda-feira, 29 de julho de 2013

Brasil, Bolívia.




                     O dia estava forte, dirigindo pela cidade estacionou na frente do Banco Santander.
                     Sombra, vamos ver os interessantes, abriu a porta do carro e :



                     Vixi, olhou em sentido contrário, e que será, encrenca?

                     Quem aparece ? O Clovinho. É do bando, Bill já desconfia.
                      Mas é gente boa, ele engana mais as administradoras,
                      até com o nome de outros, com o meu não.
                      Tá bom, segue.

                       - Sai fora, os caras tão trazendo armas e drogas de avião da Bolívia.
                    
                       Você fala como se já soubesse que eu sei.
                         - Eu sei que você sabe, e estou indo viajar, vou trabalhar na Espanha.
                        Eu sei que o Tica tá levando carros no meu nome para a Bolívia e trazendo
                        mercadorias criminosas.

                        Eu comecei assim, explica Clovinho, Levando camionetes importadas,
                       só levando, depois vinha os produtos de avião.
                         Jogavam as drogas em baixadas de fazendas,
                        ou descarregavam nas pistas de aviões agrícolas
                         nos canaviais do oeste paulista. 
                        Lugares longe de cidades, voavam baixo pelos vales dos rios
                        para nesse percurso  não serem detectados por radares.

                        - A gente ia pela Transamazônica. Eles roubavam no Rio, em  São Paulo.
                        Depois eu ia  por Minas Gerais , Uberlândia, Goiás,
                         aí vai pro Sorriso, Sinop, no Mato Grosso.
                        Depois entra para Alta Floresta, Alô Brasil e vai até Itaituba, no Pará.
                         Então, prá disfarçar,  é longe.
                         Aí, Transamazônica , no meio assim do caminha, uns 200 metros da estrada,
                         tem a ponta de um iceberg de ouro.
                        Uma pepita de ouro do tamanho da cidade de Belo Horizonte.
                         Protegido esse ouro pelo exército. Top secret.
 
                         O Pará tem ouro, muito ouro, em quase todo o estado.

                         Eles, donos de ouro, vão colocando o ouro aos poucos na economia,                                                 conforme o PIB mundial cresce.
                         como joia e lastro. Se colocarem essa montanha de ouro no mercado,
                         o ouro perde seu valor monetário.
                              
                         Aí vai reto ao oeste para Guajará-Mirim e chega na Fronteira.
                        Ainda tem que levar lá na Bolívia, atravessa a fronteira , de balsa.
                        Não tem perigo, porque é só entregar.
                        O que eles que eles trazem, do jeito que trazem, é problema deles.

                         - Eles quem?

                          Clovim gelou. Mas,  vou contar. O JB, Jovem Bill, merece e eu quero contar mesmo.

                          - Ó, vc sabe, o Tica e companhia.

                          Eu sei.
                         - Valeu jovem, agradece  o JB.

                         - Levei seis vezes, - explicando Clóvis. - Eu pedia a Deus para eles me pegarem.
                          Eu ganhava pouco, ou nada. Gastava, era descontado, dei um dinheiro
                          que eu não queria para um colombiano que comprou um terreno por nove mil,
                       nove mil só porque tinha uma vila do lado na beira da estrada enorme,
                          se for mais longe da vila é de graça
                        Transamazônica. Ele casou e ficou morando lá.
                      
                         E Clóvis, Clovinho, contava as histórias.

                        Eu comecei a falar pelos restaurantes, tudo rústico, de tábua, falar que levava
                       camionetes roubadas, 120 mil aqui, 15 mil , reais, lá na Bolívia,
                       e almoçava um arroz-feijão gostoso com farinha de mandioca empelotada e dura,
                      que diz é assim mesmo, a farinha, gostosa,
                       mas tem que esperar um pouco na mastigação para ela desmanchar, derreter.
                       
                       Ó, de Ituiutaba eu ia para Porto Velho, em Rondônia. Dá mais de 2 mil Km.
                       Então depois vai para Guajará-mirim ainda no Brasil.
                       Ali, fica num hotel e no dia certo vai entregar o carro em Guayaramerin,
                       Na Bolívia, mas é uma cidade só. pequenas, a brasileira tem 28 mil habitantes,
                       a boliviana uns 18 mil. Divisadas pelo Rio Mamoré.
                 
                       - Rapaz, fui dar uma volta na cidade, livre, - conta Clovinho - de boa,
                     na camionete, ah, os homens atrás de mim.           
                       Acelerei e fugi.

                        - Vc não queria ser pego.
                        - Queria, aí é que tá, na hora eu quis aventurar.
                          Corri, mas corri, e os federais atrás. Entrei numa estrada que não sabia aonde ir,
                         entrei no mato, voltei dando o balão neles e a mesma estrada na volta
                         estava bloqueada. Comando, metralhadoras. Me pegaram.
                         -Estamos sabendo que você vinha há 7 dias.

                         Fiquei um mês preso, acho que eu era tão desatinado
                        que o delegado olhava prá mim e falava, vai, pode ir embora.

                         - Também, mas eles te seguiram por muito tempo. Diz Bill.
            
                         E aí ficaram sabendo das coisas. Mas porque a polícia sabendo
                         não prendem a quadrilha?
                       
                         

                        Eu pego um avião de linha e volto. Se eu for viajar e tiver que voltar
                       para algum compromisso, se afirmava Bill em pensamentos futurístico
                        de uma viagem que quer fazer.









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