- Tio Carlos?
- Oi Bill. Beleza?
Tudo ótimo, estamos querendo ir aí.
Que Bom.
- Eu e a Celinha.
Melhor ainda, ela está com você ? Sim, Certo.
- Podemos chamar o Ari?
- Claro.
E a Samira ? Beleza.
- O til, tem um amigo meu , o Hélio Jhou, então, estou pensando em convidar.
Tudo bem. Dez, daqui uns dias, no feriado, 15 de novembro,
Proclamação da República.
Às ordens, amigo.
Paraty
Hélio Jhou estava andando no Centro Histórico de Parati.
Cidade forte, entre o mar e as montanhas.
Forma uma onda de energia que mexe com o equilíbrio da gente.
33 quarteirões antigos de uma mesma época, do ouro, cidade fortaleza.
Foi feita no ano 1667 dC primeiramente porque tem um porto natural bom,
uma baía de águas bem calmas e depois para o plantio de cana de açúcar,
Tinha 200 engenhos de açúcar e pinga, pinga boa.
Depois de 1700 virou rota de saída do ouro brasileiro, muito ouro.
Aí construiram os casarões em quadras irregulares
e ruas que não se seguem, um labirinto, cheio de símbolos.
Símbolos que indicam o que é fortaleza do ouro, o que é paiol de pólvora,
aonde se guarda as armas, o alimento. A hierarquia.
O desencontro das esquinas engana.
Difícil de andar, de propósito, para não ser invadida,
as ruas são de pedras grandes, arredondadas. Quebra carroça.
É complicado entrar, roubar e fugir dali.
- Os casarões mantêm a mesma escala de construção. Ensina Bill o que aprendeu.
Aonde? Alí, vira e vai.
Foi até a Casa de Cultura.
Uma mulher o paquera, vôti. Era tímido. Sou nada.
Rapaz, dá medo, mas vou falar com ela, já perdi muitas mulheres por timidez,
e o chato é que elas ficaram chateadas .
Vou lá.
-Oi.
-Oi.
Marcela, do Espírito Santo.
Estudante de Direito. Brilhava.
- Estou procurando um tesouro.
- Eu também.
- Vamos sair daqui , Convidou mandando ela.
- Vamos. Diz Jhou con delicadeza percebendo que ela mais pedira que mandara.
Andando pelas ruas pesadas do centro histórico de Parati,
as fachadas são repetitivas , muitas lojas de souvenirs que só se sabe
se olhar dentro delas. Algumas tem umas plaquinhas tão pequenas
e discretas de seus nomes que quase ninguém percebe.
- Eu prefiro Parati com i, muitos aqui preferem com y, Paraty.
Diz o Jhou dizendo por dizer.
Ela ficou confusa , nem nunca pensou nisso, e diz:
- Cara, vamos sair daqui.
De fato , andar muito nessa rua de pedras grandes destoa.
Parati.
- Vamos para Trindade. Convidou, perguntou Hélio Jhoul.
- Yes. Diz ela.
Então , prá cá, rodoviária.
Marcela fico aliviada e preocupada. Ir de ônibus alivia, além da economia.
Estava de carro, cinza feminino, mas nem quis dizer isso à ele.
- Tranquila, diz ele à ela ficar, - aqui não tem violência. Já era tranquila há
uns 30 anos atrás, gente simples, educada, recatada,
diferente dos fluminenses da capital.
E muita polícia, militar, nacional e cível (?).
- É civil ou cível? pergunta ele.
- Os dois. Cada um cada um. Civil é a polícia , civil é o carório,
cívil é a comunidade. Sei lá.
- Civil é sinônimo de cível.
- Fórum civil, vara cível. estuda ela, sei lá também.
- E cível é o adjetivo de civil.
Mas militar não é civil, nem padre,
aqui tinha muito militar, canhões e padres. religiosos, Igrejas.
- Aqui tem muita celebridade, mais artistas considerados,
Paulo Autran e Maria de La Costa.
- Ela tem pousada aqui. Esquecí o nome.
Nome diferente, simples e chic : Coxixo.
Muitos ricos. Então muita segurança.
- Em Trindade tinha uns bandidos escondidos lá.
Ah, mas não vira, a bandidagem lá em Trindade,
para entra tem uma revista policial muito brava.
Os meganhas só querem saber de dinheiro.
Rodoviária de Paraty. Simples de madeira, movimentada,
pequena, mas dá conta do recado.
Um encontro de todas as gentes, nativos simples, noruegueses encantados.
Igreja da Nossa Senhora dos Remédios. Ao redor del que se formou Paraty.
Parati
Símbolo de pedras empilhadas na esquina do casarão da esquina. Labirinto.
- Os casarões mantêm a mesma escala de construção. Ensina Bill o que aprendeu.
Símbolos em Parati. Maré alta. Casarão de 1800. Restaurado.
Parecendo um totem, estela, no ângulo das paredes.
Esses símbolos indicam o uso do edifício, o dono, a hierarquia,
o ouro, que tudo compra, o poder.
Rua típica do centro histórico, labirinto.
- Fotografando mulher de sombrinha, heim, Hélio !
Disse assim brinca-ironizando Marcela.
Ele até gostou, que sutil liberdade, sutil sem ciúmes.
Chove bem na região sul do Rio de Janeiro, isso é ótimo.
- Um suco de cajú. Pede o Jhou para a jovem numa microlanchoente
- Experimenta, diz e oferece o suco primeiro para a Marcela.
- Hum, bom heim.
Bom e barato, 50 centavos o copo de 350 ml.
Suco natural de cajú, gostoso.
O mercado popular é barato em Paraty. E a rodoviária.
O povo nativo de Parati é muito respeitoso.
Õ nimbus, 357, Trindade. Esse aqui, bom, forte, é o ônibus.
Casarão com símbolos em Paraty. Losango, quadrados, retângulos.
Mesma "base" de pedra na esquina. As formas e encaixe é um símbolo.
- O que siginficam? Pergunta Marcela.
- Num sei, aí tem que estudar semiótica. A ciência que estuda os símbolos.
Ela ficou satisfeita.
- Mas dá para acertar ou quase acertar , o que já é um acerto
que é local de poder, de organização, de riquezas, de conhecimento.
A base do "pilar" é de pedras empilhadas , que é outro símbolo.
Estrela de seis pontas, losango, quadrado.
Esses casarões tinham ligações entre si.
Paraty tem esquinas, mas as ruas não se encontram.
Quem é você. Ela faz Direito, ele , sei lá.
Dá onde. Ela do estado do Espírito Santos.
- Eu ? Pensa Jhou. Num gosto de falar, to meio assim com minha cidade.
Vou dizer semelhante:
- Sou de São Paulo.
Ela ficou satisfeita.
Rodoviária de Paraty, simples, mas aconchegante.
Tem salgados e sucos naturais bons e barato. 1 real enroladinho e 0,50 o suco.
Bom mesmo, entraram no ônibus e vão para Trindade.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir